O Governo está a preparar a criação de um centro de competências focado no envelhecimento ativo. O anúncio foi feito durante a reunião do Conselho Consultivo do projeto Expresso Longevidade, que pretende debater as alterações demográficas e o seu impacto na vida dos portugueses e que surge no âmbito do plano de ação para o envelhecimento ativo e na criação de um centro de competências, capacitação e conhecimento, em articulação com a Economia Social e com fundos previstos no PRR e na Agenda Portugal 2030.
Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), disse que o Governo tem o envelhecimento ativo como uma causa prioritária. Por isso está a ser criado um centro de competências e um plano de ação que vai dotar de mais conhecimento os profissionais ligados à área da saúde e cuidadores informais, em articulação com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Portugal é o quarto mais envelhecido no mundo.
“Neste momento temos cerca de 400 projetos dedicados aos desafios colocados pelo envelhecimento a serem financiados pelo PRR. A pandemia acabou por ser o acelerador da mobilização de recursos financeiros. Nunca um quadro comunitário tinha tido uma rubrica dedicada ao envelhecimento e nós fizemos isso através da agenda do Portugal 2030”, afirmou Ana Mendes Godinho, acrescentando que estes projetos integram a requalificação de respostas existentes, alargamento das respostas típicas, e criação de novas respostas.
Ao todo, o investimento para aumentar a capacidade instalada na resposta social aos idosos – em serviços domiciliários, centros de dia e estruturas residenciais – é superior a 400 milhões de euros. Nas “soluções inovadoras” estão aprovados 22 projetos, que representam um financiamento de €22 milhões. “Dizem respeito à habitação colaborativa, que pretende juntar pessoas mais velhas e pessoas mais novas, com serviços partilhados”, afirmou a ministra. A finalidade é promover a autonomia, independência, intergeracionacionalidade, segurança e acompanhamento.
Nuno Marques, médico e presidente do Observatório Nacional do Envelhecimento, será o líder do plano de ação e do centro de capacitação. “O centro de capacitação pretende criar uma estrutura ligada ao IEFP para dotar de competências adequadas os profissionais de saúde ou cuidadores informais na área do envelhecimento ativo”, explicou, acrescentando que estes projetos estarão ligados à academia e aos centros de referência da Rede Repensa. Objetivo: encontrar formas inovadoras para capacitar quem cuida de idosos e promover a prevenção, de forma ampla e abrangente. “Pela primeira vez temos falado sobre formas de o Governo envolver a sociedade civil em torno das diferentes entidades para uma resposta única e articulada. Vai ser possível pôr em marcha projetos que são essenciais no envelhecimento ativo. Acima de tudo temos de atuar na autonomia das pessoas , promovendo essa autonomia durante o máximo tempo possível”.